3 de junho de 2007

Pessoas

Somos então carbonocópias com água, somos iguais perante o científico e o divino, somos iguais diante de escolhas individuais e todo o resto. Mas somos tão diferentes em tantas singularidades, como não sentir atração por nós mesmos?
Pessoas são muitas em muitos lugares no mesmo lugar. São um acúmulo de sensações, quimicamente complexas, fisicamente possíveis, literalmente reais.
Temos inúmeras regras sociais, chamamos de 'sociedade' aquilo que possui um número considerável de indivíduos com valores similares, ou não. Complicamos o sistema linguístico, desenvolvemos teorias sobre nós mesmos, julgamos e concordamos, somos apenas pessoas.
Conceituamos família, lar, o certo, o errado, o novo, o velho, todas as ambiguidades, os opostos. Generalizamos, cobramos coisas inexistentes, aceitamos ideias, compramos uma planta ao invés de plantar uma.
Usamos palavras importantes, ser, sentir, criar. Nos dá tanto poder, tantas possibilidades, frases infinitas, livros imensos, extraímos o imaginário para ter uma espécie de segurança, seria isso?
Como não sentir atração por nós mesmos? Uns aos outros, somar todas as cores, todas as peças, com outras pessoas, descaracterizar expectativas, facilitar uma compreensão, restos são impossíveis, não há matemática que nos sirva como gostaríamos.
O que nós mais amamos, agora e sempre, somos nós e os outros.

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