7 de setembro de 2013

dois planetas

sagrado universo construído
em teu desenho uma órbita de sal
teu senhor, vazio de orgulho
carrega uma máscara de vidro

e sob a dúvida de um eclipse
teu Arquiteto não vê o cão que morde o vigia
nem a mão que segura a guia
o que é verdade? o que é fetiche?

mas toda penumbra revela uma Vênus
todo ocaso, uma esperança
uma única estrela: uma única dança

mas se fazes deste círculo um espelho
e no céu encarna um Marte vermelho
ensinas a dois planetas, silêncio e segredo
despertas o ego, mata o desejo

2 de setembro de 2013

(sem título)

Adiante um caminho torto,
que de forma torta leva ao centro;
círculo perfeito, circumponto.

este imenso e engraçado desenho é dica para certos destinos,
cuja saída alcança-se pela paz de espírito
e por um coração-montanha que repouse em vivo silêncio (sobre todas as grandes salas da alma.)
e se não permites ter os olhos lavados, 
se dos estribos faz um cilício, perca-se;

ainda que o tempo deixe fosca a janela,
amareladas a culpa e a regra, desprenda-se.