20 de julho de 2014

sábado

todos os dias imagino
se me imaginas cruel
a sorrir liberto, mirando o céu

todos os dias imagino
que segues construindo
uma vitrine de cristal
um lar manso feito de sal

[quando]
todos os dias me imagino
livre, caminhando contigo
voltando ao sonho, ao crime

todos os dias observo
centenas de pássaros em voo
e permaneço no chão
trôpego, atado pela razão

todos os dias este silêncio:
o piano, a boca, o peito

todos os dias
este sábado inacabado