Derramadas ali estavam as sobras do vício, nos azulejos velhos da cozinha reformada.
Subindo com um olhar deslizante, começando pelos sapatos pretos e terminando no hematoma que surgia na coxa esquerda, queixava-se dos próprios sonhos borrando toda a maquiagem, mordendo os lábios entre soluços já enfraquecidos pela bebida. Sabia desde o início do maldito dia que estaria ali quando todos fossem embora, rindo sarcasticamente de volta para suas vidinhas.
Metendo as mãos entre os cabelos, um emaranhado sem nós, buscava um conforto antigo dos tempos em que, só, encontrava-se bem e satisfeita. Ali no chão da cozinha era outra, descontrolada, com o corpo e o copo largados, sentia um profundo desapego e, mesmo de modo estranho, ria da própria desgraça com lágrimas escorrendo até o frouxo sutiã.
Em vinte minutos levantaria dali, iria para cama, sozinha, e quando acordasse indisposta no dia seguinte, descobriria e ligaria para o número deixado no bolso de seu casaco verde.
4 comentários:
M E U D E U S ;
menino, vc escreve muuuito bemmmm
to chocada
=O
amei seu blog
e eh sério viu?
escreve realmente muuito bem
;**
magina
vc merece reconhecimento
tem futuro
:)
Desculpa a invas�o, mas n�o tive como n�o deixar de registrar aqui a minha impress�o sobre seus escritos. Texto gostoso, flu�do, curioso.
Amei.
Parab�ns.
Posso add seu Blog ao meu?
adooooooooro!
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