24 de agosto de 2007

O Corsel

Cavalos sabem o caminho de casa. Desconhecem o temor do espaço que os separa do destino final.
Cavalos destroem os ossos, pisoteiam a grama, o inseto, o chão, a terra enlameada ou endurecida pelo Sol. São a máxima representação da mente, do descontrole, da loucura, da paixão e da liberdade.

Para onde vai o corsel? Conte-lhe um segredo, carregado pelo vento ele irá para longe; e uma vez lá, desencarnará a tua mensagem com um breve suspiro.
Amarrem-lhe cordas, elas arrebentarão; privem-no do alimento, ele suportará; apele, queime, chicoteie, mais, mais, mais, coloquem-no prostrado diante de um olhar, ele não se moverá; e verás noite e dia morrer, como se Ele conspirasse contra ti.

Não é possível domar o corsel, abra a porteira, derrube a cerca, deslace as fitas vermelhas, encontre-o, observe teu porte, tua cor, então entenderá.

E as estrelas o premiarão com a mais bela compreensão, e aquela que tu sempre refutas (a mente), nunca mais irás condenar.

2 comentários:

dizer palavras disse...

"cavalos entretidos
cavalos destemidos
bravos, esguios
cavalos envaidecidos"


legal seu blog, parabéns.

Caio disse...

Retribuindo o comentário :)