Pensou que poderia controlar tudo. Acreditou nas próprias palavras durante anos, e sempre se encontrava no mesmo remorso, numa baixa auto-estima súbita após um grande momento de descontração, ou uma explosão de felicidade. Afinal, o que era aquilo?
Dedicou-se à solidão, mergulhou em todos os aspectos profundos até onde o próprio conhecimento permitia, e cada lembrança arrancada, naquelas horas em que tudo parecia se repetir, era trabalhada, estivesse ele pronto ou não.
Queria encontrar, saber e entender até onde aquilo o dominava, até onde sua personalidade conhecida e pública deixava a corrente do descontrole ir.
Beirou a piscina, límpida, o máximo do silêncio maleável, a prova que precisava, o pensamento frequente. E exatamente como seus picos emocionais, atirou-se soltando todo o ar que podia, toda a coerência química para o cérebro, no escuro encontraria, no limite estava a resposta.
O ponto sem retorno estava próximo, sentia com clareza, arrastava-se pelo fundo enquanto o raciocínio e as cores sumiam, desbotavam velozmente, mais rápido do que previra.
Não obteve resposta para a pergunta, nenhum sinal, nada, mas foi o fracasso que o impulsionou para a superfície e após toda a dor e retorno da consciência, compreendeu.
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