4 de maio de 2008

As Ondas

Rebatiam a eternidade, e cada dia era novo, teve esse pressentimento, essa vontade de ter o encanto novamente. Viu nas ondas uma maneira; que importavam os sonhos nesses dias confusos e escuros? Durante a chuva, e mais ainda, durante a rotina, ela encontrava quem valia à pena, quem a fazia resgatar à si mesma das ondas, aquelas coisas envolventes. Com elas, porém, aprenderia sobre o tempo - ah veriam! veriam como ela sabia de si! - e como ele molda a gente, bem como o rio descreve vales, como sorrisos marcam nossa felicidade, o tempo silencia vozes.

Em um desses dias, notaria tudo aos poucos, viveria a dor, questionamentos; um girassol tristonho a murcharia só por sua existência, e perguntava-se: o que há nesta morte? o que há nesta vida? de que me servem as cores das unhas?

Ainda não enxergava além e nem poderia, o processo desmentia tudo, e vomitaria muitas vezes o bem e o mal sem saber distinguí-los; antídotos e venenos, minha querida, são ondas apenas quando se encontra o outro lado do espelho, mas ela saberia, ela encontraria; ela em um novo dia. Ou seu nome não era coragem.

3 comentários:

Anônimo disse...

vc é inacreditável.

Anônimo disse...

julio, não tem como não dizer:
você é foda.

Anônimo disse...

I Loved