12 de outubro de 2009

Outubro

Dias nem tão claros e nem tão escuros percorriam sua mente, não estava, no entanto, perdido ou desconcentrado; Olavo, um silêncio. Sorria sim, todos percebiam, mas apenas à tarde, quando já não estava tão quente, e as cores são tão mais admiráveis, e os sons tornam-se zumbidos confusos, muitos pássaros, gente falando alto, pedras debaixo da roda, e Olavo à deslizar entre os atos, ora amante, ora amado, não mais hesitante.

E quando pôde, atirou-se fatigado ao sofá, com o céu cobrindo-se de cinza ao pensar inquieto, e rompendo em branco quando distraído. Ali, dormiu um sono merecido que demorou até o início da noite.

Olavo percebera àquela hora que tinha cansado de sentir-se cansado, evitando com cautela também o humor revolucionário, não estava em busca de expansão, explosividades, talvez sinceridade; naturalmente.

Era Outubro, a loucura da umidade formava bolhas secas no pé após o banho, as folhinhas - verdes em extremo - temiam o lento jabuti. Os outros, todos eles, estavam com muita pressa. Olavo também.

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