20 de fevereiro de 2007

Uhu


Dias de festa nos deixam animados, excitados e revirados. Claro, afinal é pra isso que servem, para agitar um pouco a nossa urbanizada e enlouquecida vida, cheia de problemas impensados, dores de cabeça e pensamentos aprisionados.

Nós queremos de alguma forma refletir com novos ares, usamos a música para isso talvez, nem que seja algumas vezes. Psiquiatras diriam que "as pílulas são para lhe dar espaço", mas acredito que a música também pode fazer isso. Afinal estamos por aqui há alguns milhares de anos e tenho certeza de que pensamentos sem noção já ocupavam a cabeça de nossos ancestrais, em uma época onde não havia pílulas para "dar espaço". Talvez seja por isso que batiam tambores por qualquer coisa, ou realizavam rituais em busca de um conforto mental, mas hoje? Hoje, você vai na farmácia comprar o remédio que outro psicótico que nem você lhe receitou. Tá certo que o psicótico é formado em Medicina, teve que aguentar defuntos, formol, sangue e casos bizarros de bolhas aparecendo onde não deviam estar, mas isso não o faz menos lunático que você, ou faz?


Enfim, Beethoven era surdo e para fazer a maluquice dele usava um pedaço de madeira preso ao piano para morder ou pressionar contra a testa. E ninguém virou para ele e disse: "Ei BETH! VOCÊ PRECISA DE PÍLULAS!". Bem, eu não sei se já tinha pílulas naquela época, mas com certeza o médico teria receitado alguma muamba contra a "maluquice" de Beethoven.

Não podemos esquecer do fato que tem muita gente doida que gosta de ficar ainda mais doidona, nos lugares onde as pessoas vão para aliviar a panela de pressão que chamamos de cabeça. Essas criaturas, que perderam a noção já no berço, deveriam ficar com as pílulas e deixar os loucos-normais (que somos nós, ok?) se acabarem na pista. Sabe? Descer até o chão, fazer a dança do pavão, essas coisas... pode falar que concorda, eu não vou ouvir.


Ainda tenho a convicção de que quando ficamos muito tempo sem ouvir uma boa música, ali no rádio mesmo, perdemos o fio da emoção e ficamos irritadinhos com coisinhas. E a "panela" não nos deixa em paz (pstch, pstch, pstch... girando igual e soltando fumaça). Por isso eu, que não sou formado em Medicina, mas que já vi um bom número de corpos sem vida (humanos e animais, não me rotulem como Zé do Caixão, pelamor), acredito na perdição uma vez por semana. Esqueça o resto, esqueça mesmo, mas pelamordedeus lembre-se na segunda-feira quando acordar, ou eu vou ter que concordar que você precisa de análise e de pílulas.


Agora vai, que eu te encontro lá.

2 comentários:

Luíse B. disse...

Adorei! ;D

E eu tinha alguma teoria sobre os tambores... mas esqueci.

(Ain, falando em cadáveres, acabo de perceber que passei a vê-los MAIS freqüentemente depois que passei a cortar caminho pela Quinta. :~)

Camila disse...

queridooooo
onde foi sua ferveção quem chamada fui???