dançam no teto
todos os teus anjos
descem invisíveis
esticam os dedos, frios
ao calor das gargantas
amam, agigantando-se sobre os teus sonhos
e te sopram no rosto a mesma máscara que usam
e que não vês
tu és aquilo que jamais serão
do alto do teu altar perfumado
afiam o silêncio à minha presença
abrindo com ele a tua boca
e pondo aí uma aranha
segues mimético
preso ao realejo do sagrado
um pássaro indecifrável