18 de fevereiro de 2008

Doce Pesadelo

Entre os fios e lençóis habita a inquietação. Muito além dos primeiros encantos de Morfeu não se pode controlar o abuso. É a permissão do consciente, ao relaxar os mil braços, um incesto com a inconsciência?

Então os românticos permitem-se dar boa noite e sorrisos feitos à dedo para o teto; logo mornas decisões sobre amanhã fazem par com as marcas sendo criadas nas horas fantásticas.

Mas em choque estão os desassossegados, se embrenhando em mais algum doce pesadelo, alguma memória ou estação de trem; corpos fotografados, insignificantes detalhes, um campo vazio e fantasioso, mas um lugar estéril de inspiração, pois todo sonho e todo pesadelo já é uma peça montada. Não há tempo nesse ambiente, vive-se numa outra dimensão, exclusiva e íntima.

Faz a hora a imaginação; montada na incoerência, um cavalo alado, sobre todos os dias, todos os problemas; o lado b da tensão rodando e imprimindo, secretando de uma fonte inesgotável vivências nas entrelinhas.

Na aurora todos os arrepedimentos se fazem presentes, pois cada detalhe e cada imprecisão ganha corpo e voz, arrancando a fantasia, evaporando-a para fazer de ti apenas memórias, apenar dor e felicidade; desejo e decisão.

Para onde vai a razão quando se foge ou quando se busca?

Um comentário:

Artur Quintanilha disse...

Todo dia ao acordarmos renovamos nossas mentes para alcançarmos o inalcançavel.

E assim, renovamos.