6 de julho de 2008

A Mariposa

Não havia nada para ser visto pela janela, não havia interesse por qualquer livro ainda não lido, canais de tv repletos com as mesmas imagens ou sono para os sonhos. Ainda queria sonhar naquela noite? Há tempos não sonhava com fantasias de conforto, a causa provável era o repouso forçado de forma constante; os pensamentos viam todos no fim do dia quando a visão do teto perturbava algo além, algo profundamente inquieto e sibilante, aquele chiado mental por detrás de revisões, mágoas ou sorrisos; caía enfim num sonho preto igual carvão.

Os dias sempre vinham em movimentos, levantar e perceber, geralmente o raciocínio dói nesta hora. Entretanto, a janela permaneceu aberta, e apesar de não se remoer por esquecer de fechá-la, o remorso apareceu de qualquer forma, pois logo aonde estava a vela acesa na noite anterior - no chão, esqueceu-se dela também - jazia uma pequena mariposa.

Por mais estranho que fosse, concluiu que a mariposa atirou-se no fogo por um desejo intenso e banal, morrera, mas... conseguiu o que queria? Percebera o engano em muitas coisas e de repente, viu como às vezes era como a mariposa, voando de encontro à chama, tendo em mente apenas um único pensamento: desejar e sentir as coisas, para então vivenciá-las, nem que fosse uma única vez.

3 comentários:

Resenhas Velhas disse...

Acredito que as mariposas tenham algum tipo de jihad contra os elementos da natureza.O suicídio do inseto está para a destruição do WTC.

Anônimo disse...

Valeu a pena? Tudo vale? O desejo era banal, ou não?

moa disse...

Pedrinho por aqui. O comentário foi meio teoria do caos e tal, mas enfim. Sou a favor de queimaduras de 2º grau no máximo, mas eu sou covarde mesmo.