me pergunto o que houve conosco, Olavo, separadamente; sentada aqui no meio da tarde, em silêncio, tendo a concentração roubada pela sua inoportuna ausência (e a certeza da sua distância), como se você mesmo viesse ao meu encontro e, de súbito, me beijasse o rosto.
- levantou os olhos do livro, sentia o vapor fresco da água da lagoa subindo pelas frestas do deque. -
e perco meus valiosos minutos - só agora sei o valor do meu próprio tempo - com essa corda desafinada que abala a harmonia dos meus pensamentos; me dou conta, enfim, de que estou cercada pela desordem do cenário em que me encontro: inúmeras crianças e cães, campainhas de bicicleta e, é claro, o retumbar seco de um passe de bola: a inevitável lembrança das suas noites de terça arrancada no susto do
tum, tum; porra!
você está aqui, Olavo. você permanece. e eu, onde estou?
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