1 de agosto de 2011

borboletas

Pela manhã era possível ver algumas poucas e amarelas borboletas sobre os arbustos, vidradas em flores e na água sobre o cimento; e em pouco tempo muitas outras juntaram-se às primeiras, alheias à vida que não era delas, pequenas inocentes tão leves quanto uma alma.

Mas houve vento, e o dia virou. Ninguém as viu, ninguém sabe este pequeno segredo, nem mesmo a chuva rala - que desceu buscando atenção - as encontrou sob as folhas ou telhados.

E neste imenso silêncio chuvoso que tomou o jardim, transitaram enormes sentimentos, muitos desconhecidos, vários abraçados uns aos outros ou apenas andando de mãos dadas; uns iam amparados, outros livres, e todo este momento não durou mais que alguns segundos até que, outra vez, tudo aguardasse um novo ato (e a chuva esperou) que viesse sem sobreaviso, sem alerta ou dica.

O céu girou numa ciranda macabra, e lá estavam, no dia seguinte, outras amarelas borboletas naquele jardim que também não era o mesmo.

13 de julho de 2011

O Salão dos Afetos

Eu tinha as chaves do salão dentro do meu bolso, mas as portas estavam abertas, e ali - em meio à luz empoeirada daquela manhã - eu juntei as últimas memórias espalhadas em um canto qualquer. Não eram muitas, apenas pequenas coisas brilhantes, como estrelinhas de final de festa ou pedaços de balões. Foi o eco dos meus passos que me fez parar um pouco e observar o vazio.

Lembro bem do chão de taco coberto de sinteco novinho, das paredes cor de pérola e da sanca percorrendo todo o teto, um detalhe que acrescentei na estrutura que depois - e aqui sorrio - foi uma feliz coincidência. Era um enorme salão, não de forma opressiva, mas como uma caixa de presente grande feita de concreto: as cortinas desciam como fitas nas janelas, e pouco a pouco, eu fui preenchendo os espaços com sentimentos coloridos, lustrando-os de esperança sempre que achava necessário e nunca esquecendo de manter a desordem num nível saudável.

Não sei bem qual foi o meu erro, provavelmente nenhum, mas ali eu coloquei também um espelho na parede oposta às janelas, de forma que se fosse necessário encarar a minha posição em meio a tudo aquilo eu pudesse também ter a certeza de que mantive as cortinas abertas. Minha surpresa veio algum tempo depois, quando a exigência do convidado caiu sobre todas as coisas ali dispostas: as cortinas deveriam permanecer cerradas. E num espanto percebi que não seria possível ver o que eu colocara ali, com tanto cuidado, da forma como eu imaginava. Por mais que eu jogasse luz sobre os atos, sobre os objetos e todas as memórias, nada brilhava sob a lâmpada artificial de um desejo contido. Perdi, inclusive, minha referência no reflexo do espelho, e com isto perdi-me em momentos - tantos - que não entendia por não conseguir vê-los, nus, despojados de sombras e medos.

Quando alcancei as cortinas e forcei o Sol para dentro do salão, encontrei nele o silêncio. E vi no reflexo a perda em meus olhos; e deles ela escorreu para o chão mofando os últimos afetos.

Incapaz de reverter o processo, abandonei à própria sorte o espaço que demorei mais tempo para construir sobre o cotidiano de todos os pensamentos. E de refúgio seguro à abrigo inútil de mágoas severas, este lugar perdeu o contexto de si próprio.

Há no espelho um imenso pano branco que aos poucos amarela e, ainda hoje, retirei as cortinas dos trilhos; deixei a chave em algum lugar ali dentro, mas não sei onde e não pretendo encontrá-la. Ainda é cedo, mas já começo a tirar as portas e, quando der, construo na entrada uma nova parede.

2 de julho de 2011

breve relato da Morte

A Morte sentou-se ao meu lado precisando conversar e me disse:

- Meu caro, não temas. Há algo no universo que ainda me impede de te ceifar a alma do corpo e levá-la ao Juiz dos Tempos. Estou aqui por outros motivos.

E aguardei, calmamente, que a Morte me contasse suas intenções.

- São muitos aqueles que acreditam que estou muito próxima, quando estou muito longe. Te digo a verdade: estou em todas as coisas, boas e ruins, sou a porta da existência, o cadafalso do julgamento, o suspiro daquilo tudo que não é, mas que já foi. Mas - e aqui está o meu segredo - todos cruzam esse caminho tortuoso até o encontro com o outro lado, poucos reconhecem que por mais longo ou breve que este caminho seja, muitas portas até ele foram abertas, e sobre isso não tenho qualquer controle.

Muito pouco compreendi de tudo isso, e a Morte, percebendo meu desconforto, recomeçou sua fala de outra maneira.

- Existem certos pontos, momentos - se é mais fácil de compreender deste modo - neste intervalo que tu reconheces como vida em que expomos as nossas almas, e frágeis asas de borboleta que são, perdem parte do brilho, ou arranham-se e por vezes até mesmo racham. É aí que se atravessa para um grau mais elevado, porém mais duro e próximo da onde Eu estou. Ainda assim, afirmo que estarei longe e ninguém deve forçar-se ao encontro com a hora que deixei marcada para cada uma das coisas vivas, ou não serei Eu, mas Outro que fará o meu trabalho.

E num assombro, ela se foi.

13 de junho de 2011

Touro

Cercado pelo campo ressequido e sob a fresca sombra de uma árvore ainda jovem, sabia que suas escolhas haviam girado contra sua própria vontade.

(E ao homem foi dado o campo para que semeasse; mas as sementes não vingaram esperanças, nem sonhos.)

Veio a tempestade, veio o Inverno e seu Sol negligente. E ali ele permaneceu à espera, sacrificado pelo trabalho e pela batalha contra sua desilusão. Até que - para a sua surpresa - abaixo da primeira curva do horizonte, levantou a segunda lua negra daqueles tempos, e o afeto tornou-se pardo em seu peito.

Naquela noite um touro branco cruzou o campo sem ser visto.

24 de maio de 2011

aquarela confessional

Andei pensando no seu rosto parado na varanda e nas coisas que você me disse aquele dia: gosto muito de andar de calça branca pela casa, e arrastar os pés no cimento frio do jardim. E lá você ficou, numa moldura feita pelo horizonte, de camisa suja de trabalhos e tarefas só suas, das suas ideias; e eu estava tão fixo e abestado com tudo isso que roubei uma foto sua ali, naquela hora, antes de você sorrir e me dizer: para! como que querendo mais, desejando mais, dando as costas para mim e pensando se eu não podia te fazer um altar inteiro, pra te admirar a tarde toda e pintar a sua calça, e a vaidade do vento que passa entre as suas pernas quando sai andando da sala para o quarto;

e a gente dançou uma música, eu fiz o café, esquecemos o dia e saímos de noite; não sei como nos encontramos sem sequer nos perdemos um do outro, mas nos seus olhos eu vi que a sua vontade era a minha.

10 de maio de 2011

poente

Havia no poente qualquer coisa que lhe indicava a sabedoria dos detalhes. E percebia, com certa surpresa, a chuva que chegara há pouco sem vento, sem vontade, naquelas horas onde - não saberia como explicar - ninguém estava.

Vago entre o laranja e o cinza daquela tarde estava o espaço que não ousavam tocar. Como um canto que temos no quarto; uma fantasia que poderia ser objeto, um sofá, uma mesa, uma possibilidade inteira e impossível, um desejo sem querer.

E profundamente desperto, atento aos veios de terra já encharcados, às flores caídas e ao silêncio dos pássaros, viu o gato passando rasteiro e medroso, mas nada o preocupava ou o satisfazia como a chuva que chegara há pouco.

Soltou os cadernos sobre as poças. As palavras que queria dizer se foram, e ele não lembrava como eram, nem sobre o que falavam. Estava ficando tarde, e aquela saudade outra vez adormeceu de lábios semiabertos, sincera em seu cansaço. E em respeito à ela, permaneceu em silêncio.

11 de abril de 2011

Áries

Deixou-se cegar pelo Sol daquela manhã apenas por alguns minutos, e de olhos fechados flutuou livre por inúmeros pensamentos. E com a mesma rapidez de todas as imagens que passavam pela sua cabeça, sentiu-se apreensivo, feliz, seguro, talvez um pouco moroso, para no fim não sentir absolutamente nada.

Que batalhas! - pensou, não entendo a princípio da onde vinham essas palavras. Seguiu o rumo ao cotidiano ainda muito apegado ao friso no meio da testa. É que acontecia muita coisa com muita gente agora. Tudo estava muito exagerado, caíam mundos e erguiam-se outros.

Havia um duelo de forças incompreensíveis sendo travado por detrás das experiências humanas. Sabia disso, percebia com muita clareza a dureza do céu naquela manhã, azul-rígido.

E de um súbito perdeu o próprio tempo, largou-se em meio a tantos outros, engolidos pela massa das coisas acontecidas, esqueceu o que pensava e apenas vivia; de um modo estranho percebeu positivamente como tantas vontades, tantos desejos, tantas inocências e também maldades, chegavam ao fim.

5 de abril de 2011

Conversa de uma voz sob a figueira

- Preciso ver o céus mais vezes... - foi como começou sua frase após um breve suspiro. - e encontrar nele qualquer resposta mais clara do que essas que estão na minha cabeça.
Sentia-se profundamente estranho, mas não trazia no peito qualquer paixão ou amadurecimento, havia muito do cotidiano causando um enjoo natural de tudo aquilo que nos subtemos em excesso. Ele era o excesso de si mesmo.

- Vivo sob a sombra de um eclipse daquilo que julgo serem meus problemas, das coisas imutáveis pelo hábito, do cansaço extremo em tentar entender os outros a partir do que sou hoje, agora. Não sou nada se não uma máscara do que cheguei a desejar ser um dia. É um triunfo oco este das vontades racionais.

Tentava não sentir medo e coragem ao mesmo tempo, pois aí morava o perigo: a queda livre em tantas hesitações e hipóteses, do que estaria permitido, do que gostaria, do que fazia por vocação, mas não por querer. Onde estava o barato nas coisas que vivia?

- Sou só verdade para mim e não basta. Conheço muitos dentro de delícias inteiras e fantasiosas, eu mesmo sou uma mentira permissiva, uma realidade à sombra de afetos tempestuosos. Quero este direito outra vez, pois não sou livre, ninguém é livre, mas não posso continuar enjaulado na fábula alheia, amante resignado, templo de compreensão.

E mais uma vez, dividiu-se. Buscou o ar pela boca, e cercado pelo muro de seus votos, das suas infelizes promessas não prometidas, deixou-se levar pelos resmungos cotidianos, afastando o profundo, esquecendo do Sol, silenciando o instinto. E com trapos de esperança, sufocava baixinho um sonho ainda juvenil.

7 de março de 2011

Horas inquietas

Eu recebo este carinho da luz branca de um velho spot, e da música velha das novas caixas de som. E essa sonoridade me arrebenta de preocupação, já que procuro saber - evitando tanto - onde foi que você se escondeu aqui por dentro na minha rotina tola, cheia de papéis, pessoas sem virtude, e que tipo de ideia me fez te abandonar por todos os jornais da semana passada e conversas sobre ditaduras derrubadas.

Só o que ouço são conselhos repetidos, mas nada é maior que a lembrança da sua voz ao meu ouvido, do seu pudor covarde diante da minha insanidade. Que verbos são esses e que estranhos são esses me atormentando o viver? Quem é autoridade pra me dizer que estou vivendo algo novo - que medo! - se penso no tranco que é forçar um entendimento entre as suas partes, ou refazer inteiro o meu orgulho desmontado.

Entendo que as horas tem poder noturno de cura, mas a suada saudade fala e grita e esperneia faminta de querer ser jovem e dupla, de andar paparicada com aquelas misérias nossas. Já disse que será tudo diferente, pra ser tudo igual, mas nosso - antes era cada um, um - e completo.

Tudo que é sedutor ainda está à espera na gaveta. E eu sorrio, sorrio muito.

26 de fevereiro de 2011

Três verões rosas

Igual a tantas tardes de Verão, aquela chegou zunindo, fritando baixo o asfalto. Os dois estavam há mais de uma, talvez até duas horas na sala com aquele ventiladorzinho girando.

Ele na janela, observando, sempre um lado ou outro, o céu depois de um tempo e as próprias mãos para não perder o hábito.
Ela sentada, revirando arquivos, comentando algo a cada minuto e rindo.

Os dois riam e viviam toda aquela extrema alegria de uma convivência comum de duas histórias desiguais. Ajudavam-se e matavam-se, como todos.

Foi ela, claro, que veio com a pergunta, fazia-a constantemente, porque o estado dele era esse que colocava-a em dúvida e hesitante, querendo saber, querendo ajudar e mesmo assim chegava ali no cantinho e dizia: o que foi?

Viu a mesa e ela. Ambas paradas como uma coisa só, mas ela brilhava estática e decidida, a mesa era só cenário. Não respondeu; daí respondeu muito baixo um "nada", aumentou um assunto sem querer, às vezes inventava algo quando não sabia o que mais fazer para colocar a resposta ali no lugar que deveria.

Ela desviou o olhar suspirando. Já tinha entendido o recado, e sabia quais desejos estavam na cabeça dura do rapaz na janela. Embora preocupada, o alívio chegou na hora certa, quando ele...

- Onde vamos almoçar?

12 de fevereiro de 2011

Monólogo do homem que era um enigma

Esta noite usei como desculpa uma xícara de café. Estreita, mas funda, como os olhos de um amante embriagado, nela não encontrei qualquer resposta, talvez uma única pergunta: se não gostas de mim, por que me provas? E digo que não sei a razão deste pequeno hábito. Pode ser o calor, o conforto e até mesmo o segredo que cada xícara possui que me faz querê-las. Minto, sei que lido com elas como faço com afetos. Esqueço que são feitos de paciência e dedicação. Ignoro o sentimento daquilo que vislumbro como possível autoprogresso diante do obstáculo: minha mente difusa.

Sei que tudo poderia ser mais simples, mas para mim não é. Considero muitas coisas - e pessoas - vazias, tediosas ou desimportantes, e na minha ansiedade de apenas viver sem escolhas, sem perder ou ganhar, sinto que me condeno ao esteriótipo da mediocridade; xícara meio cheia, xícara meio vazia.

Dizem que vivo de fantasias, mas sei bem que vivo é de uma realidade muito óbvia, tão ordinária que me faz parecer livre daquilo que condeno, este meu medo; mesmice. É o que me conforta na xícara de café, ela me permite querer ir a fundo nas coisas minhas, mas apenas querer e não ir de fato.

Certa vez alguém partiu os grilhões dessa existência. Mas... aqui é o meu lugar, e assim eu não fugi, eu não fiz nada. E o nada abateu-se sobre mim de uma maneira pior do que tudo que poderia ter acontecido.

28 de janeiro de 2011

Sobre os dois

Quando ele apareceu não foi uma surpresa, estava marcado, ainda que de maneira não muito esperada, mas com ele não havia surpresas.

Ligeiramente inquieta - ainda que não deixasse demonstrar, não depois de tantos anos e ainda assim sabia que ele não notaria muita coisa - Estela começou a falar sobre algum amigo em comum que ligara ainda há pouco dizendo algo sobre a mãe ter perdido a paciência mais uma vez sobre...

Ele a interrompeu perguntando se poderia lhe arranjar um copo d'água.

Claro, ela poderia. Estava quente, foi até a cozinha pensando no calor, hesitante sobre diversos pensamentos que passavam por sua cabeça, mas mantendo a ideia fixa sobre algo trivial como o calor. Voltou perguntando se não era melhor trocar aquele seu colorido tênis por uma sandália baixa, ou talvez até mesmo a saia por um short, um short seria tão melhor, não seria? Questionava-se.

Foi quando inesperadamente ele perguntou se gostaria mesmo de ir. E a seu modo, justificou para si levianamente, até mesmo com algum tipo de confusão, para depois argumentar a favor, baixar a voz e perder-se de vez. Encarou-a, hesitou e olhou o tênis que ela usava de uma maneira que Estela entendeu por meio segundo como reprovação, e bastava.

Ficariam em casa então, estava tarde, mas podiam aproveitar e de repente chamar alguém. Uma pequena reunião, talvez mais duas pessoas e nada mais. Parecia bom.

Ele sorriu indeciso, distante.

Por uma ou duas horas arrastou-se uma conversa agradável entre ambos, mas que deixava evidente alguma falta de naturalidade, onde Estela, obviamente, sentia-se culpada por estar ainda carregando algum tipo de paranoia sobre toda a situação. Quando enfim relaxaram - era difícil dizer quando ele estava relaxado ou não, era previsível que não estivesse, mas subitamente poderia estar - conseguiram avançar em campos mais íntimos. Mas o sexo é uma reconquista difícil e estranha para dois corpos e duas mentes unidos pela resignação do fracasso.

Ausente de si, olhou-se duas vezes no espelho do banheiro enquanto molhava o rosto - estava incerta, à procura de algo, um momento que tivesse definido todos os outros. Fechando a torneira, lembrou-se: ele havia suspirado baixo duas ou três vezes que o celular tocara, justificando apenas com um "é sempre assim" que não foi dirigido à ela, mas para ele mesmo.

Sentou-se um pouco no chão do banheiro - ele dormia um sono pesado e silencioso, como se não sonhasse nada - e abafou um pequeno desespero. Era isso, vencera, e satisfeita não pediria explicações, mas sabia que o prêmio exigia uma pequena prenda, uma invisível e constante intranquilidade - era sempre assim -, uma presença ausente. Ali chorou lágrimas de ódio e ali, por alguns instantes, conformou-se.

25 de janeiro de 2011

Maduro

Tudo era enfim uma história vivida; sentimentos completos, redondos e macios, aqui e ali um ou outro frondava-se pelas memórias do homem de lábios secos, como frutos perigosos de carne suculenta. Ele começava a esquecer o sabor das lembranças e as deixava inertes, até que ficassem opacas e perdessem sua beleza externa, aquele primeiro momento quando uma delas desliza por trás dos nossos olhos e - mudos - às vezes fugimos, às vezes ficamos.

Inquietos estavam os pêssegos na fruteira e com eles as cores do instante, retocadas pelo desejo. Percebeu que a saudade era como a fome, pois a fome só nos traz a ausência e a necessidade, não o alimento. Queria os frutos outra vez. Sentí-los como no momento que revivia em sua mente. Assim era o fruto-sentimento - comido a garfadas de vontade - presente, memória e mentira.

Nenhum homem está a salvo dos frutos da saudade.

16 de janeiro de 2011

Das coisas que, não mais...

Não podia vencê-lo, odiá-lo, chorar sob seus pés, sorrir e soltar um riso, já não podia inventar mentiras, tropeçar em palavras, berrar de raiva ou de alegria, nem confiar ou desconfiar, saber o melhor ou até mesmo fazer ameaças sobre o pior. Não podia ganhá-lo ou perdê-lo. Amava-o e não podia negar ou confirmá-lo.

Acima de tudo, amava-o.